segunda-feira, 16 de março de 2015

Os tempos mudaram!

Mudaram os tempos... As gerações de 40, 50 e 60, quando saiam às ruas para pedir liberdade e democracia, nos anos da tortura, da censura, da desesperança e da morte, o faziam, muitos com medo, mas dispostos a morrer, se preciso fosse, para devolver aos brasileiros um país que fora ocupado por extremistas e doentes mentais de toda ordem, ao seu verdadeiro povo. Éramos, também, jovens e adultos, nascidos na classe média, mas naqueles longos e tenebrosos anos, não tínhamos nossa voz e nossas crenças multiplicadas pela mídia. Éramos retratados como arruaceiros, subversivos, comunistas, terroristas. Mas éramos apenas jovens, de corpo e de coração. Naqueles tempos, também, diferente do que acontece hoje, a polícia militar, a pé, a cavalo, em cima de tanques vinha com tudo, batia com força, com prazer mórbido, sem dó nem piedade. Hoje, o que vemos, são os membros da polícia militar tirando fotos com os participantes. Com a coragem que tínhamos conseguimos mudar o país para que hoje todos pudessem exercer a sua cidadania, lutar por seus direitos livremente, como estão fazendo. Não gosto do que está ocorrendo, tem razão quem se revolta. Repudiar a corrupção é um dever do povo. Desejamos todos que o país melhore, e para isso, é preciso lutar, é preciso sair às ruas democraticamente e dizer o que se quer. Mas, infelizmente não é isso o que está acontecendo. Hoje, as ousadias cívico-políticas, coloridas e perfumadas, tem como integrantes jovens e adultos, também da classe média, com seu festival de fotos, postadas em redes sociais, destilando o seu ódio, mas que não sabem a que vieram e nem o que querem. Um ódio, uma histeria coletiva com pedidos infundados, impeachment, por exemplo, impossível, a volta do regime militar, inacreditável e ridículo. Mostram cartazes de caráter e sentido duvidosos e grosseiros. Falta lucidez e sobra ódio e preconceito. Parece que não conhecem a história do Brasil. Não seria mais interessante ir à luta para exigir somente as tão necessárias mudanças, sem perder a classe, a razão e a ternura?